A maior lição que aprendi na infância ou sobre como andar de bicicleta.

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Quando a gente é criança acha que aquele raladinho no joelho é a maior demonstração do que é sentir dor.Acha que o bicho papão será para sempre nosso inimigo.E que se formos para piscina depois de comer poderemos morrer subitamente.A gente tende a supervalorizar pois ainda estamos aprendendo sobre o mundo.

Quando a gente é adolescente acha que a primeira decepção amorosa é o fim do mundo e que depois daquele amor nenhum outro será maior.Ah, como somos bobinhos nessa fase – ainda supervalorizamos -.Depois de semanas ou mês a gente entende que dor de amor não dura para sempre e,  que  aquela tristeza pode ser convertida em risos tendo os melhores amigos do mundo do nosso lado.

Quando estamos na fase adulta carregamos toda uma bagagem das vivências anteriores.Tudo que somos , o modo como agimos e pensamos , muito tem a ver com os tombos de outrora, assim como os aprendizados , os quais levamos para a vida inteira.

Na fase adulta mas não aquela depois dos 30 ,a gente se acha um pouco sabido demais, cansado demais para algumas coisas também,  e muito menos supervalorizadores.Nessa fase compreendemos  que na infância ao aprendermos a andar de bicicleta,  estávamos, na verdade,  fazendo um treino para a vida.Esse treino consiste em cair muitas vezes e levantar pra sacudir a poeira.Cair de novo, ralar-se , e levantar.Cair mais uma vez,levantar mais rápido e com mais força.

Estou  na fase “adulta antes dos 30” , e ainda continuo com a minha bicicleta em movimento.Descobri que para não cair sempre eu preciso fazer caminhos diferentes, observar com atenção a estrada à frente e não esquecer de ter cautela.E se eu pudesse dar um conselho a mim mesma  seria : “cuidado com os hematomas após as quedas, apesar de te fazerem mais forte e madura ,podem também te transformar numa pessoa dura.Não se deixe esfriar.Pretendo continuar vendo  flores no caminho e céus azuis”

Cuidado onde você se enfia, mulher, pois as cicatrizes são para sempre.